Epá, porque coise e parecendo que não chateia.

Preciso de imortalizar isto. Para quem não estuda onde eu estudo e não é pseudo-nerd como eu sou, (*ajeita óculos que não tem*) isto pode parecer difícil de entender e até mesmo idealizar, mas eu vou puxar pela minha veia de Eça e vou vos fazer sentir a coisa.

Em diversas partes deste meu manifesto vou, sem piedade, achincalhar o português como ele merece, mas estou em fúria.

Eu estudo.
Eu passo manhãs da minha vida a estudar na biblioteca de um dos pólos da minha faculdade porque se eu ficar em casa estudo a anatomia da almofada e a geografia do Vale dos Lençóis.
Quem estuda tem direito a silêncio. E o preço do silêncio naquela biblioteca vem sob a forma de uma senhora [sarcasm]por todos amada[/sarcasm] que profere infames "schhh" a cada 23 segundos quando os decibéis académicos sobem a níveis superiores ao do rádio que ela mantém ligado!
Quando estou mesmo a estudar até agradeço, mas admito que mesmo nessas circunstâncias ela é um bocadinho... chata.
Eis que para arrasar com o meu ténue estudo irrompe pelo sagrado templo de estudo uma manda de estudantes de ERASMUS com a suposta professora coordenadora e membro do departamento de recepção aos ditos alunos supra-referidos. Fiquei em choque por saber que existia um tal departamento englobando um membro cuja pronúncia inglesa se assemelha à do Borat.

Coisas que realmente me irritam nisto tudo:
- A referida professora não só assassina totalmente a pronúncia inglesa como também a grita. Daqui vem o princípio que como portuguesa (leia-se habitante de país onde o turista é rei e se passa a época alta a engraxar e a tratar estes seres nas palminhas) devo ressalvar e inclusive sugerir que integre os mais tenros anos de escolaridade. (*toma balanço e aclara a voz*):

Não é por falarmos mais alto que o estrangeiro vai realmente perceber o que queremos transmitir.
- Para fazer o que ela faz podem pagar-me o mesmo e é com prazer que direi algo como: "Aqui estão estudos de Psicologia e Sociologia e Ética. Em português, você não percebe." - No shit, Sherlock.

- Se fosse só a professora ainda vá. As "erasmas" aparentemente não têm biblioteca na terra natal, uma vez que assim que se encontram livres da Sôdona Membro da Comissão de Recepção aos Estudantes de Erasmus, começam no "beca beca" e todas aquelas palavras "finlansueceslovaqalemãs" começam a invadir os meus sensíveis ouvidos de nerd in progress, em decibéis academicamente gritantes na escala da senhora chata do início do post.

- Falando nela, também me podem pagar pelo trabalho dela, porque para além de ser chata e irritante eu também sei... falar inglês. Ou então, espera, "schhh" é uma suposta onomatopeia universal. (*toma postura pensativa*)

Podem chamar mesquinhice mas isto chateou-me à brava. Porque é que nas regras de utilização da biblioteca não vem lá discriminado que não é permitido falar alto em português?
Eu nem sei sequer se vou fazer erasmus, mas a quem fizer eu faço um apelo: falem em decibéis academicamente aceitáveis nas bibliotecas estrangeiras. Podemos ser uns bimbos lá fora, mas ao menos que passemos uma imagem de bimbos educadinhos.
Outra coisa:
Se calhar era melhor providenciar aulas de sussurro multilingue à comissão de recepção de est..... vocês já perceberam.

Fim do desabafo.

2 comentários:

  1. É por estas que a minha biblioteca tem papeis tipo cartazes em todas as mesas, com o seguinte: Permitido estar em silêncio. É seguido tal maneira à risca, que o ranger das tábuas é superior ao barulho do ar condicionado. Ali, ninguém se atreve a falar alto (nem o pessoal de erasmus)!

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  2. E depois há aqueles como eu, que nunca fazem nada de útil na vida e como tal também nunca frequentam a biblioteca da universidade. E que depois vão de directa para as aulas (tipo hoje por acaso) e nas aulas de lógica acabam a escrever teorias sobre cogumelos. Mas pronto, isso já são casos específicos e não são um exemplo a seguir :P

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